Atualizar sem substituir: modernização inteligente para equipamentos industriais

Quando se fala em melhorar a eficiência de uma planta industrial, muitas empresas ainda pensam que a única saída é investir em novos equipamentos. No entanto, essa nem sempre é a solução mais eficaz — e quase nunca a mais econômica. A modernização inteligente de sistemas industriais permite alcançar ganhos expressivos de performance, segurança e produtividade sem precisar substituir toda a estrutura existente.

Esse processo consiste em atualizar componentes específicos de um sistema, preservando aquilo que ainda está em bom estado, opera de maneira eficiente e  não está obsoleto. É uma abordagem que exige conhecimento técnico, visão estratégica e entendimento profundo das demandas operacionais da planta.

Em vez de descartar tudo e começar do zero, a proposta é preservar a estrutura base e investir em melhorias que gerem impacto real — como a substituição de controladores obsoletos, atualização de interfaces homem-máquina (IHMs), integração com sistemas de supervisão ou inclusão de sensores e coleta de dados em tempo real.

Os benefícios vão além da economia financeira:

  • Redução de custos com aquisição e montagem;
  • Menor tempo de parada para intervenção técnica;
  • Ganho de produtividade com soluções mais eficientes;
  • Maior segurança operacional;
  • Redução de resíduos e alinhamento à sustentabilidade.

A decisão entre modernizar ou substituir deve considerar fatores como o estado geral dos equipamentos, custo de parada, vida útil dos componentes e aderência às normas técnicas. Adotar a modernização como estratégia é evitar desperdícios e aumentar a competitividade.

Mais do que uma solução técnica, trata-se de uma escolha estratégica: atualizar o que precisa ser atualizado e preservar o que ainda funciona — promovendo eficiência com inteligência.

Estratégias de retrofit e upgrade de CLPs: modernize sua automação

A automação industrial evolui rapidamente, e os sistemas legados com CLPs obsoletos representam riscos reais à produtividade, seja pela escassez de peças de reposição, dificuldades de manutenção ou limitação tecnológica frente às exigências atuais de conectividade e integração.

Para contornar esse cenário, o mercado oferece soluções modernas de retrofit e upgrade de controladores, com abordagens flexíveis que se adaptam à realidade técnica e financeira de cada planta. A seguir, destacamos três estratégias amplamente adotadas:


1. Substituição direta com kits de troca rápida (One-to-One Replacement)

Descrição:
Diversos fabricantes, como Siemens, Rockwell, Schneider e Mitsubishi, oferecem kits de substituição para CLPs legados. Esses kits contam com adaptadores de base, cabos e conectores que permitem a troca direta do CLP antigo por um modelo atual, sem necessidade de refazer o cabeamento ou reconfigurar os painéis elétricos.

Exemplos:

  • Substituição de um Siemens S5 por um S7-1500 com adaptadores diretos;
  • Upgrade de um Allen-Bradley PLC-5 para ControlLogix com módulos de transição.

Vantagens:

  • Redução drástica no tempo de parada;
  • Baixo impacto na infraestrutura existente;
  • Migração segura e gradual do programa original.

Desvantagens:

  • Limitação à topologia centralizada já existente;
  • Menor flexibilidade para reorganização de I/Os;
  • Em alguns casos, custo elevado dos kits proprietários.

2. Modernização da arquitetura com distribuição de I/Os

Descrição:
Essa estratégia propõe migrar de uma arquitetura centralizada para uma distribuída, onde os pontos de entrada e saída (I/Os) são posicionados ao longo do processo ou máquina, conectados via redes industriais como PROFINET, EtherNet/IP ou Modbus TCP.

Exemplos:

  • Uso de sistemas como ET200SP (Siemens) ou FlexIO (Rockwell);
  • Integração de blocos IP67 diretamente nas máquinas, reduzindo o uso de caixas de passagem.

Vantagens:

  • Redução de cabos e eletrocalhas;
  • Menor custo e tempo de montagem elétrica;
  • Maior flexibilidade para futuras expansões;
  • Diagnóstico mais eficiente de falhas e organização dos sinais.

Desvantagens:

  • Requer revisão do projeto elétrico e de rede;
  • Investimento inicial mais alto;
  • Maior tempo de comissionamento.


3. Retrofit com repartidores inteligentes (I/Os descentralizados)

Descrição:
Para máquinas com espaço reduzido ou onde a modernização completa não é viável, os repartidores inteligentes de I/O são uma solução eficiente. Compactos e robustos, podem ser instalados diretamente na estrutura da máquina, com comunicação via rede industrial.

Exemplos:

  • Aplicação de blocos IO-Link com proteção IP67 em linhas de montagem automotiva;
  • Uso de módulos Turck BL20, Balluff ou Beckhoff em máquinas com partes móveis ou ambientes agressivos.

Vantagens:

  • Instalação plug-and-play, com menor cabeamento;
  • Eliminação de quadros elétricos e caixas de passagem;
  • Ideal para máquinas com movimento ou limitação de espaço.

Desvantagens:

  • Exige redes industriais robustas e bem configuradas;
  • Custo por ponto de I/O pode ser elevado;
  • Pode haver incompatibilidade com sistemas mais antigos.


Conclusão: modernizar é investir com inteligência

Cada planta industrial tem suas próprias demandas técnicas, operacionais e orçamentárias. Avaliar cuidadosamente os benefícios e limitações de cada estratégia é essencial para garantir o melhor retorno sobre o investimento.

Seja por meio de uma substituição direta, adoção de arquitetura distribuída ou uso de repartidores inteligentes, modernizar os CLPs é um passo estratégico rumo à Indústria 4.0 — com ganhos reais em eficiência, conectividade e confiabilidade.

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